
A doença de Alzheimer (DA) é uma condição que afeta o funcionamento do cérebro e pode ser muito debilitante. Ela está se tornando mais comum, especialmente à medida que a população envelhece. No Alzheimer, ocorre o acúmulo de substâncias no cérebro, como as proteínas amiloide-β e tau alteradas, além de processos como inflamação e aumento do estresse nas células do cérebro5. Essa doença está associada ao acúmulo de "emaranhados" dentro das células cerebrais, o que afeta a comunicação entre elas e pode levar à perda de memória e outras funções importantes.
Atualmente, cerca de 50 milhões de pessoas no mundo vivem com algum tipo de demência. Esse número pode triplicar até 2050 devido ao envelhecimento da população. Isso significa que mais pessoas podem enfrentar dificuldades para realizar suas atividades diárias, aumentando os desafios para as famílias e o sistema de saúde. Além disso, os tratamentos disponíveis hoje ajudam apenas a aliviar os sintomas, mas ainda não há uma cura definitiva para o Alzheimer.
O que é a Doença de Alzheimer?
O Alzheimer é a principal causa de demência, uma condição que envolve a piora progressiva da memória, do raciocínio, do comportamento e da capacidade de realizar tarefas do dia a dia. Geralmente, os primeiros sinais aparecem como dificuldade em lembrar de eventos recentes.
Pesquisas realizadas nos últimos anos apontaram vários fatores que podem aumentar o risco de desenvolver Alzheimer. Esses fatores incluem doenças já existentes, hábitos de vida pouco saudáveis, como sedentarismo e alimentação inadequada, e certas exposições ao ambiente. Por outro lado, algumas condições psicossociais positivas, como manter atividades que estimulam o cérebro e o convívio social, além de um estilo de vida saudável, podem ajudar a proteger contra a doença.
Entre os sintomas emocionais e comportamentais mais comuns no Alzheimer, a depressão e a apatia (falta de motivação) são frequentemente observadas em pessoas com comprometimento cognitivo leve (CCL) e nos estágios iniciais da doença. Além disso, episódios de agitação, como gritar ou se tornar fisicamente inquieto, podem acontecer em qualquer fase do CCL ou Alzheimer. Conforme a doença avança, podem surgir delírios (crenças falsas), alucinações (ver ou ouvir coisas que não existem) e comportamentos agressivos. Apesar disso, a apatia costuma ser o sintoma emocional mais persistente ao longo de toda a progressão da doença. Alterações no sono também são comuns, com ciclos de sono e vigília ficando mais desregulados do que seria esperado no envelhecimento normal3. Outros desafios podem incluir dificuldades visuais ou motoras (em 8–13% dos casos), problemas de linguagem (em 7–9%) e dificuldade para planejar ou organizar atividades, chamada disfunção executiva, que ocorre em cerca de 2% dos casos.
Como funciona o tratamento para a Doença de Alzheimer?
Os tratamentos para o Alzheimer típico e para as formas atípicas da doença são, em grande parte, semelhantes. Os medicamentos conhecidos como inibidores da acetilcolinesterase são recomendados para ajudar na função cognitiva. Estudos limitados sobre Alzheimer que começa em pessoas mais jovens sugerem que esses medicamentos funcionam de forma parecida com os casos que surgem em idades mais avançadas. Outro medicamento, a memantina, pode ser usado em casos de Alzheimer moderado a grave. Embora haja menos estudos sobre seu uso, ela é considerada uma opção válida nesses casos. Além disso, como em outras formas de demência, antidepressivos podem ser indicados para aliviar sintomas como depressão, ansiedade ou alterações comportamentais, mas as evidências sobre sua eficácia ainda são limitadas. Em casos específicos, pode ser necessário tratar outros problemas, como sintomas parecidos com os da doença de Parkinson, convulsões, rigidez muscular (distonia) ou movimentos involuntários (mioclonia), dependendo das necessidades de cada paciente.
O tratamento do Alzheimer pode se beneficiar muito de uma abordagem multidisciplinar. Isso significa envolver profissionais de diferentes áreas da saúde, como médicos, psicólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, para tratar os sintomas específicos de cada paciente e considerar as características particulares da doença. Esse tipo de cuidado personalizado pode ajudar a melhorar a capacidade funcional da pessoa e trazer mais qualidade de vida, tanto para o paciente quanto para a família.
Como a Cannabis pode atuar no tratamento da Doença de Alzheimer?
O canabidiol (CBD) é uma substância extraída da planta de cannabis que não causa efeitos psicoativos. Estudos em laboratório mostram que ele pode ter propriedades que protegem as células do cérebro, reduzem a inflamação e combatem o estresse oxidativo. Por isso, o CBD está sendo estudado como uma possível opção de tratamento para o Alzheimer.
Os canabinoides, como o CBD, estão ganhando cada vez mais atenção como alternativas promissoras. Pesquisas iniciais sugerem que eles podem ajudar a reduzir a ansiedade, melhorar o humor e diminuir inflamações. Além disso, acredita-se que os canabinoides podem aliviar a agitação ao equilibrar substâncias químicas no cérebro, melhorar condições associadas, regular os ciclos de sono e aumentar a circulação de sangue no cérebro.
Sistema endocanabinoide e Doença de Alzheimer
O sistema endocanabinoide desempenha um papel importante no equilíbrio do corpo, ajudando a regular o funcionamento das células, tecidos, órgãos e até mesmo do cérebro. Ele está envolvido no desenvolvimento cerebral, na liberação de substâncias químicas entre as células nervosas (neurotransmissores), na adaptação das conexões cerebrais (plasticidade sináptica) e no controle da liberação de substâncias inflamatórias pelas células de defesa do cérebro, chamadas microglia. Por isso, esse sistema está relacionado a vários problemas neurológicos.
Nos distúrbios neurológicos, o funcionamento do sistema endocanabinoide muitas vezes está alterado. Estudos em modelos experimentais mostram que, dependendo da doença e da função de dois receptores específicos do sistema (CB1 e CB2), é possível usar medicamentos que intensifiquem ou reduzam sua atividade, o que pode trazer benefícios terapêuticos.
Para além do CBD
Estudos mostram que o CBD pode ajudar a proteger o sistema nervoso central (SNC) ao reduzir a reação exagerada das células da glia, que são células de suporte no cérebro e na medula espinhal, diante de danos. Além disso, o CBD também pode diminuir a inflamação no cérebro e estimular a formação de novos neurônios, um processo chamado neurogênese. Outro ponto importante é que, em estudos com modelos de Alzheimer em roedores, o CBD demonstrou a capacidade de reverter e prevenir problemas de memória e outras dificuldades cognitivas.
Estudos indicam que o uso combinado de CBD e THC pode trazer benefícios interessantes. O CBD parece reduzir os efeitos psicoativos do THC, como a sensação de euforia, enquanto ambos, juntos, podem oferecer benefícios terapêuticos maiores do que quando usados separadamente. Essas descobertas sugerem que o CBD, e talvez as combinações de CBD com THC, podem ser opções promissoras para o tratamento do Alzheimer. No entanto, são necessárias mais pesquisas para entender os efeitos a longo prazo do CBD e como ele funciona no organismo para oferecer esses benefícios terapêuticos.
Novas Pesquisas e o Tratamento com Cannabis Medicinal
Embora já existam muitos estudos publicados, as pesquisas sobre o uso da Cannabis Medicinal na saúde dos pacientes continuam avançando, pois ainda há muitas dúvidas a serem esclarecidas. É importante lembrar que o tratamento com Cannabis não é indicado para todas as condições de saúde.
No entanto, com base nas evidências científicas disponíveis, a terapia com canabinoides pode ser uma alternativa promissora, especialmente para pacientes que enfrentam doenças e não têm uma boa resposta aos tratamentos convencionais.
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